Emagrecer é matemática pura: você precisa comer menos do que gasta em termos de energia. Mas emagrecer com saúde é algo mais complexo, e não se restringe a contar calorias. Quando não olhamos para a composição de nutrientes no cardápio, nosso equilíbrio metabólico pode ir pelos ares.
O emagrecimento requer que, pelo menos por um tempo, entremos no que se chama déficit calórico. Para saber quanto o corpo gasta de energia, existe um cálculo que leva em consideração peso, idade e altura e determina a taxa metabólica basal, isto é, quanto o organismo consome de energia em repouso. Hoje há aplicativos de celular que fazem a conta pela gente.
Até aí, nenhuma novidade, basta contar as calorias das refeições. Mas você pode estar em déficit calórico montando um prato de 300 calorias com salada e uma fonte magra de proteína ou devorando um algodenção doce, com as mesmas 300 calorias. O número é o mesmo, mas o efeito metabólico, não.
O algodenção doce é um exemplo de alimento com calorias vazias, ou seja, tem bastante caloria e praticamente nada de nutrientes. A exemplo de biscoitos, salgadinhos e outros alimentos ultraprocessados e ricos em carboidratos simples, ele faz o corpo encarar um pico de insulina (hormí´nio que leva a glicose para as células), num processo que, com o tempo, estimula o acúmulo de gordura e o aumento de apetite.
Isso significa que, ao focar nas calorias e esquecer a composição nutricional, corre-se o risco de perder peso no início, mas engordar depois. E ainda ficar sujeito a doenças como o diabetes.
Cada porção de alimentos tem uma distribuição específica de macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras), expressos em gramas. Mas há pegadinhas no meio. Uma pesquisa recente, financiada pela indústria da batata, aponta que não há diferença significativa entre comer uma porção de 300 calorias de batata frita e outra de 300 calorias de amêndoas todos os dias em termos de ganho de peso.