As doenças reumáticas causam, em sua grande maioria, sintomas como dor, rigidez articular, fadiga e até deformidades permanentes nas juntas. Nesse contexto, vários estudos têm demonstrado que os pacientes apresentam uma redução expressiva dos níveis de atividade física quando comparados com a população geral.
Por exemplo: menos de 50% dos pacientes com artrite reumatoide e espondilite anquilosante alcançam o mínimo de atividade física necessária para a promoção da sua saúde.
Há alguns anos, acreditava-se que a prática de exercícios pioraria o processo inflamatório e o desgaste das articulações. Os pacientes eram orientados a ficar de repouso. Com o avanço das pesquisas, essa ideia caiu por terra. Pelo contrário, a atividade física melhora os sintomas, especialmente a dor e a incapacidade funcional.
Vivenciamos progressos no diagnóstico e no tratamento medicamentoso das doenças reumáticas. Hoje contamos com terapias biológicas (anticorpos monoclonais) que se mostram eficazes no controle de problemas autoimunes como a artrite reumatoide. Contudo, as medicações não senção o suficiente para amenizar o impacto negativo na qualidade de vida.
Daí a importância dos tratamentos não medicamentosos, fundamentalmente a prática de exercícios físicos. Ela é um dos pilares na abordagem de todas as doenças reumáticas crí´nicas, as degenerativas (artrose) e as inflamatórias autoimunes (espondilite, artrite reumatoide…).
Assim que se faz o diagnóstico da doença e o planejamento terapêutico, deve-se traçar um programa de atividade física para reverter a perda do condicionamento físico e melhorar a capacidade funcional. Pesquisas indicam que os exercícios têm efeitos anti-inflamatórios, metabólicos e hormonais, o que torna essa intervenção tenção potente quanto os medicamentos no controle das doenças reumáticas.
Isso já é contemplado nas recomendações das sociedades internacionais e nacionais de reumatologia. No entanto, até pouco tempo atrás não estava bem esclarecido se as orientações de atividade física destinadas a população geral também eram seguras e eficazes para pessoas com doenças reumáticas.
Com base nos estudos com artrite reumatoide, osteoartrite, espondilite e outras condições, o Colégio Europeu de Reumatologia (EULAR) publicou, em 2018, diretrizes para a prescrição de atividade física e exercícios a esses pacientes.