Radiação é um termo que inspira temor nas pessoas. Quase sempre é relacionada a ameaças ou graves acidentes. A associação mais imediata costuma ser com bombas atí´micas é“ devido a destruição de Hiroshima na Segunda Guerra Mundial é“ ou com os desastres das usinas de Chernobyl (Ucrânia) e Fukuyama (Japenção). No Brasil, ainda tivemos o episódio de contaminação pelo césio 137, ocorrido em 1987 em Goiás.
A ficção explorou e explora essa percepção a exaustenção. Em filmes, como o clássico 007 contra a Chantagem Atí´mica; em histórias em quadrinhos, basta lembrar que o Hulk é resultado de um experimento com radiação; e até na música, caso da Sinfonia nº 1 é“ Chernobyl, do compositor ucraniano Alexander Yakovchuk.
Bem menos evocado é o uso da radiação na medicina. Quando muito, as pessoas se lembram do raio-x. Na realidade, a radiação é uma grande aliada da saúde, seja no diagnóstico por exames de imagem (como a tomografia), seja no tratamento de doenças (um bom exemplo é a radioterapia utilizada contra o câncer).
Esses e outros métodos diagnósticos e terapêuticos compõem a chamada medicina nuclear. Que faz uso de radiação com segurança e possui aplicações cada vez mais eficientes, principalmente na cardiologia, na oncologia e na neurologia.
Nessa área médica, senção empregados os radiofármacos, substâncias radioativas usadas em quantidades mínimas, mas suficientes para que o especialista possa identificar a patologia com base no comportamento desses traçadores radioativos.
Ainda que seja indispensável para apurar a presença e a gravidade de inúmeras doenças, a medicina nuclear ainda vive rodeada de mistificações. Em tempos de redes sociais, em que os pacientes fazem muitas buscas e pesquisas por conta própria, é preciso garantir que haja sempre a disposição informação de qualidade e consistência, sob pena de acreditarem em histórias sem fundamento.
Para um paciente e todos em seu entorno, receber um diagnóstico de uma patologia grave, como uma doença cardíaca severa, um quadro demencial ou mesmo um câncer, pode ser algo difícil. E, muitas vezes, a medicina nuclear dá suporte ao diagnóstico e ao tratamento desses problemas. Só que a desinformação não raro afasta as pessoas das condutas e exames prescritos, o que dificulta o manejo da enfermidade.
Em primeiro lugar, as quantidades usadas de radiofármacos senção mínimas, mas todo exame tem de ser utilizado com bom senso e comporta contraindicações. Exemplos: mulheres grávidas não devem se submeter a radiação por risco de problemas no desenvolvimento do feto; a indicação tem de ser ponderada para lactantes porque as substâncias podem ser eliminadas no leite materno. Enfim, essas e outras circunstâncias têm de ser pesadas pelo especialista.